Nova técnica para remoção de tumores no intestino grosso aumenta o índice de cura e traz maior precisão no diagnóstico

Dr. Gustavo Pfeifer (direita) durante seus estudos no Japão.

A dissecção endoscópica da submucosa (“endoscopic submucosal dissection” – ESD) é um procedimento endoscópico terapêutico desenvolvido pelos japoneses e bastante utilizado na Ásia, mas menos popular no Brasil, com poucos profissionais especializados para a sua realização. Agora, ele já está disponível para o tratamento de lesões dos cólons e do reto no Hospital Mãe de Deus. Ela possibilita a remoção completa (“en bloc”) de tumores benignos e cânceres precoces do tubo digestivo, independentemente de suas dimensões.

Essa é uma alternativa menos invasiva de tratamento de lesões complexas que habitualmente seriam encaminhadas para cirurgia. Em comparação a outras terapias endoscópicas, as taxas de cura são maiores, com menor recorrência da doença, diminuindo a necessidade da realização de novos procedimentos para reavaliação (“follow-up”) a curto prazo. Além disso, como o tumor é removido integralmente, como peça única, permite uma avaliação mais adequada da lesão por parte do patologista, diferentemente do que ocorre quando o material é fragmentado.

Outros métodos terapêuticos mais antigos, comumente empregados em endoscopia digestiva, como a polipectomia e a mucosectomia, utilizam uma alça metálica para remover os pólipos, com ou sem o emprego de corrente elétrica. Essas técnicas são adequadas, habitualmente, para o tratamento de lesões não maiores do que dois centímetros de diâmetro. Quando utilizadas para a remoção de tumores maiores, a lesão é retirada pedaço a pedaço (“piecemeal”), sequencialmente. Como resultado, observa-se uma maior taxa de recorrência da doença e uma dificuldade adicional para o médico patologista, que necessita montar um verdadeiro quebra-cabeça, muitas vezes impossibilitando o correto diagnóstico anatomopatológico, prejudicando a condução do caso. 

Na dissecção endoscópica da submucosa, o tumor é removido integralmente, em uma sequência de etapas. Primeiro, é realizada a injeção de um líquido na submucosa, para aumentar a distância entre a lesão e a parede muscular do órgão, diminuindo o risco de dano a essa última camada. Em seguida, com um acessório especial, denominado de faca (“knife”), emprega-se uma corrente elétrica na mucosa normal, na periferia da lesão, fazendo uma incisão em todo o seu perímetro. Com isso, a submucosa sob a lesão é dissecada em um plano paralelo à camada muscular e todo o conjunto, como peça única, é removido.

“Essa é considerada a opção ideal para determinados tumores colorretais com indicação de remoção em peça única, onde a ressecção com alça é de difícil aplicação. Também é utilizada em lesões nas quais existe fibrose na submucosa, onde o risco de perfuração é maior quando empregadas técnicas convencionais, pela maior fixação à camada muscular, e em tumores esporádicos em doenças inflamatórias, como retocolite ulcerativa e cânceres precoces residuais ou recorrentes, após ressecção endoscópica. Por se tratar de uma técnica muito complexa, em que é necessária uma habilidade manual e treinamento muito específicos, são poucos os profissionais e centros do Brasil que a realizam”, explica o coloproctologista do Corpo Clínico do Hospital Mãe de Deus, Dr. Gustavo K. Pfeifer.

Dr. Pfeifer preparou-se diretamente no Japão para iniciar o emprego desse procedimento, agora já disponível no Hospital Mãe de Deus. Por quatro anos consecutivos, com início em 2016, ele viajou para o país, estudando em hospitais de referência em Yokohama e Tóquio, por períodos de um a três meses. Desde setembro deste ano, encontra-se novamente lá, dividindo suas atividades nas unidades de endoscopia do Hospital da Universidade de Hiroshima e do Centro Médico da Universidade da cidade de Yokohama.

“Como eu já fiz alguns casos aqui no Brasil, sei dos principais desafios e das dificuldades. Com essa percepção, essa viagem de estudos servirá para atualizar conhecimentos e buscar estratégias para atingir os melhores resultados com o emprego dessa técnica. Além disso, também tenho interesse em estabelecer parcerias para realizar pesquisas conjuntas com as instituições locais”, ressalta o Dr. Pfeifer.

Para garantir a escolha das melhores técnicas para cada caso, o HMD criou ainda um grupo de profissionais para avaliação, escolha e indicação da alternativa mais adequada para cada paciente.  “A introdução de um novo procedimento necessita de um órgão que valide sua indicação precisa.  Segurança é primordial. O paciente deve ser o centro de toda a atenção. Com esse objetivo em mente, será criada uma equipe multidisciplinar de profissionais para tratamento de pólipos complexos colorretais, inicialmente, para oferecer uma abordagem mais holística, sempre levando em consideração o desejo do paciente”, complementa o coordenador do Serviço de Endoscopia, Dr. Ivan David Arciniegas.

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