Um procedimento realizado por endoscopia para o tratamento do sobrepeso e da obesidade. Este é o principal objetivo do balão intragástrico, indicado para pacientes com Índice de massa corporal (IMC) maior de 27 e que não conseguiram melhorar – ou perder peso – por meio de dietas tradicionais, modificações no estilo de vida e medicamentos. E o Hospital Mãe de Deus vem se consolidando como uma das principais referências nesta técnica no Sul do Brasil.
O balão atua de maneira complexa e eficiente: ele gera uma obstrução relativa ao trânsito do alimento ao nível do estômago, promovendo uma maior sensação de saciedade, que é obtida com quantidades menores de alimento, facilitando adesão a dietas. Além disso, o balão deixa lento o esvaziamento do estômago, fazendo com que a saciedade seja mais prolongada.
“No entanto, sabemos que não basta colocar o balão no estômago do paciente. Ele deve ser disciplinado, fazer dieta apropriada sob orientação de uma nutricionista especializada e, eventualmente, contar com acompanhamento de psicoterapia, além de praticar exercícios físicos com regularidade. Estes são os pacientes que apresentam melhores resultados com o tratamento – os que utilizam o balão como empurrão inicial para um estilo de vida saudável”, afirma o Dr. Márcio Torikachvili, gastroenterologista e endoscopista do HMD, e, atualmente, o médico que mais realiza o procedimento com balão intragástrico ajustável no Rio Grande do Sul.
Nos últimos seis meses, Dr. Márcio realizou 113 novos casos de balão. “São números muito significativos que ressaltam a qualidade da assistência médica e hospitalar. Definitivamente foi consolidado um Núcleo de Endoscopia Bariátrica no Mãe de Deus. Não houve entre meus pacientes nenhuma complicação relevante ou necessidade de hospitalização após o procedimento – todos os pacientes voltaram para casa no mesmo dia, retornando somente para ajustes ou retirada do balão.”
Este tratamento pode durar um ano, ou seja, o balão age durante o seu tempo de permanência, devendo ser retirado após este prazo. Durante esse período, estima-se que, em média, o paciente possa perder 18.4% do seu peso total. Esta taxa de perda de peso foi avaliada no Consenso Brasileiro de Balão Intragástrico em 2017 e pode variar de acordo com sexo, idade, metabolismo e doenças associadas, não sendo possível garantir um resultado.
Embora o balão fique por 12 meses no estômago, a principal perda de peso ocorre nos primeiros seis meses. O tempo subsequente funciona para manutenção do peso perdido e consolidação de hábitos saudáveis. “Eu costumo usar um modelo de balão intragástrico do tipo ajustável. Através de uma nova endoscopia, realizamos um aumento ou redução do balão. O aumento funciona para gerar mais saciedade e acelerar a perda de peso, e a redução auxilia atenuando algum efeito colateral indesejado”, explica o Dr. Márcio.
Todo procedimento é feito de maneira minimamente invasiva, através de endoscopia. Não é necessário internação e o paciente tem alta para casa logo após o procedimento. Também não há cortes ou curativos, pois tudo é feito pela boca, como uma endoscopia normal, sob sedação realizada por médico anestesiologista.
Outro ponto importante: o balão não promove nenhuma modificação permanente no sistema digestivo. Após a sua retirada, o estômago e o intestino continuam íntegros, e o alimento passará normalmente por todas as etapas da digestão, não ocorrendo perda de nenhum nutriente ou mineral. “O balão cria uma experiência de restrição para o paciente, facilitando o emagrecimento. Uma grande vantagem deste tratamento é ser totalmente reversível: o balão pode ser retirado e o tratamento interrompido a qualquer momento.”
