Pedro Viégas Cavalheiro: “Profissionalismo impecável”

A mãe, Myra Palmeiro Viégas, não saiu do lado do filho, Dr. Pedro Viégas Cavalheiro

Médico residente do Instituto de Cardiologia, Dr. Pedro Viégas Cavalheiro, 27 anos, estava acostumado a lidar com pacientes que chegavam na linha de frente da atuação da covid-19. O que não estava nos planos era tornar-se um dos infectados.

“Como médico, sempre procurei manter todas as recomendações e os cuidados no enfrentamento da Covid-19. Dias antes de me infectar, estive exposto a uma carga viral muito grande, motivo pelo qual acabei sendo afetado”, acredita Cavalheiro.

O médico coletou o teste PCR no dia 7 de novembro e retornou para o tratamento em casa. Porém, um dia depois, ao evoluir para um quadro de hipoxemia – baixa oxigenação do sangue – retornou para Emergência do  Hospital Mãe de Deus, onde foi internado.

“No começo, eu não desejava a internação. No entanto, tive a satisfação de encontrar na linha de frente um médico que foi meu professor, Dr. Marcio Fernando Spagnol. Como já tinha um vínculo com ele e era uma pessoa de minha extrema confiança, deixei de lado minhas concepções e confiei no trabalho dele”, conta.

Cavalheiro lembra desse episódio como um dos mais marcantes de sua internação. Ele recebeu alta dia 13/11 e fez questão de elogiar todos os profissionais que estiveram ao seu lado.

“Todos me atenderam com um profissionalismo impecável. O mais interessante foi estar do outro lado e ver as engrenagens funcionando ao teu favor. Só tenho a agradecer a todos os profissionais do sétimo andar Beta”, resumiu o médico, que ainda usou a palavra “empatia” para definir o cuidado que recebeu.

Quem não saiu do lado de Cavalheiro foi a mãe, a engenheira Myra Palmeiro Viégas, que também enviou um relato: “Eu só tenho a agradecer a maneira como fui tratada por todos. Desde a recepção, o pessoal da higienização, técnicos, enfermeiros, médicos, fisioterapeutas. Todos, com muito carinho, nos deram uma palavra amiga, positiva e de muita alegria neste momento de apreensão”.

Já em casa e recuperado, o médico reforça que o vírus “continua sendo uma ameaça” e que “pessoas estão morrendo por causa dele”. “Tenho apenas 27 anos, tive acesso ao melhor atendimento hospitalar de Porto Alegre, fui no momento certo e na hora certa. Mas e quem não possui esse tipo de acesso? Posso dizer que sou um ponto fora da curva, sendo que a situação poderia dar muito errado. Gostaria de deixar essa questão para que as pessoas refletissem”, finaliza.

COMPARTILHE ESTE DEPOIMENTO:

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email